Felicidade e responsabilidade.

Até onde podemos ser responsáveis pela felicidade de alguém?
Até onde é justo impedir que alguém seja feliz só para satisfazer nossas vontades?
Não quero carregar esse peso.
Não quero que alguém seja infeliz para me fazer feliz, por mais nobre que possa parecer essa intenção, e por mais que tal ato me envaideça.
É responsabilidade demais.
Não devemos prender ninguém a nós e nem nos prender a ninguém.
Um relacionamento seguro não precisa de muros nem contratos, é um simples atrair de órbitas. Sem perceber ambos se mantém próximos e assim seguem juntos.

Palavras ferem.

Palavras ferem...

Quando ditas com rancor ou com um certo grau de incisão, contundem mais um objeto cortante. Atingem a alma e laceram tão fundo que ecoam por muito tempo.

A palavra dita não pode mais ser recolhida.

Um pensamento expresso em palavras, muitas vezes exprime o mais puro dos sentimentos e descortina para aquele que a recebe a verdadeira intenção.

Meias palavras bastam.. intenções inteiras revelam-se.

Uma vez ditas, não há volta.

Palavras ferem e quando revelam o que vai na alma, não há argumento.

Queria não querer mais.

Olhe pra mim...

Me diz o que você vê...

Será que só sobrou em mim a lembrança dos momentos bons?

Não posso viver à sombra de uma história que não existe mais. É preciso escrever outra.

Começar um novo relato...

As impressões que ficaram são fortes. Existem marcas... a sensação de vazio é grande.

Não sei o que você vê... não olho no espelho...

Sei que ainda serei capaz de ver sua imagem refletida nos meus olhos.

Queria não querer mais.

Tu te tornas...

Já que você me cativas, és eternamente responsável por mim.

Minha órbita é ao seu redor.

Meu universo é paralelo ao seu.

Se me prendes, tens que cuidar de mim. Me dar atenção.

Se me queres contigo, não precisa pedir. Basta um toque leve na mão, um entrelaçar de dedos e um suspiro que abafe as palavras que são difíceis de serem ditas.

Estou aqui. Sempre estive e acho que sempre estarei.

Confiança...

Até onde posso confiar em você?

Por quais motivos você desconfia de mim?

Será que o ser humano é tão traiçoeiro assim, e uma experiência ruim deve nortear todo o resto?

Confiança é primordial em qualquer relacionamento. Perdê-la condena a mais simples das relações.

Recuperá-la pra mim é praticamente impossível. As pessoas não mudam sua essência. Um cristal partido jamais se repara.

Mas me recuso a usar isso como fórmula.

Cada pessoa é diferente e merece ter sua chance de provar que é confiável.

Metade

Meias palavras...

Meias idéias...

Intenções inteiras.

Não sei ler nas entrelinhas, não sei adivinhar pensamentos.

Confesso que as vezes me omito, me escondo, camuflo um pouco, mas só por instinto de preservação. Necessidade de conservar algumas idéias só pra mim, talvez por medo de me expor, talvez por medo de não ser compreendida. Não sei...

Palavras não ditas...

Corações aflitos sem respostas... perguntas não feitas...

A dúvida me consome, mas a certeza de uma resposta indesejada me aflige mais...

Persistência ou teimosia...

Qual a medida exata?

O que define o limite entre uma e outra?

Persistir, perseverar, será que existe medida na conquista de um sonho?

Será que é possível descobrir nas entrelinhas que estamos dando cabeçadas na parede insistindo em algo que nunca se concretizará?

Não sei se isso é possível...

Mesmo que alguém berre em nosso ouvido...

Sou teimosa... não... talvez eu seja persistente...

Mas garanto que não desisto do que quero, do que considero ser importante pra mim, do que acredito ser meu pedacinho de felicidade. Ainda que dure apenas um minuto, ainda que eu seja chamada de teimosa.

Doa-se um coração...

Aviso que ele não está em bom estado de conservação. Está cansado, com algumas rachaduras, endurecido em algumas partes.

Porém trata-se de um coração experiente... acostumado a fortes emoções e paixões avassaladoras.

É um coração grande, espaçoso, capaz de se dividir e/ou alojar muitos amores.

Está desocupado...

Não tem dono...

E apesar de estar meio gasto está pronto para quem quiser pendurar nele uma plaquinha escrita:

"Sob nova direção"